Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

12 de fevereiro de 2012

Do fundo desses olhos


Doces olhos que ainda me fitam, 
na escuridão do quarto, nos sonhos,
em relances inesperados
de presença invisível.

Do fundo desses olhos,
uma perdida cor me chama,
sua luz atravessa distância e tempo,
perseguindo o coração,
para confundir a memória viva.

Do fundo desses olhos,
mensagens elementares, feitas de coração
e velas acesas e mãos contritas,
jogos de luz e sombras,
recendendo a relva sob o sol matinal.

Do fundo desses olhos,
avistamentos e estrelas
e uma antiga alegria preservada, persistente,
vêm sussurrar segredos eternos ao presente.

Do fundo desses olhos,
um anjo desterrado me quer dizer
o adeus que não desejo ouvir.

Dezembro, 17 - 2008 (versão)