Ah,
amada feita de vento e chuva e flores,
alma luminosa que o tempo abranda, mas não vence,
amante de uma vida, parceira de lutas.
alma luminosa que o tempo abranda, mas não vence,
amante de uma vida, parceira de lutas.
Quantas
vezes foste barco e vela e leme,
vencendo as ondas que não percebi,
para que meus olhos repousassem depois
na bruma calma.
vencendo as ondas que não percebi,
para que meus olhos repousassem depois
na bruma calma.
Quantas
noites fui lanterna solitária,
a murmurar cantigas de guardar teu sono,
perscrutando na escuridão estrelas e futuro,
assestando a nave que te entreguei com o sol.
a murmurar cantigas de guardar teu sono,
perscrutando na escuridão estrelas e futuro,
assestando a nave que te entreguei com o sol.
Quanto
oceano já singramos,
entre os portos do tempo visitados,
quantos faróis ilusórios perseguidos,
quantos barcos cruzaram nossos rumos,
quantos náufragos pelo caminho recolhidos,
ou perdidos.
entre os portos do tempo visitados,
quantos faróis ilusórios perseguidos,
quantos barcos cruzaram nossos rumos,
quantos náufragos pelo caminho recolhidos,
ou perdidos.
Da
distante manhã de corações e idéias,
viajantes lançados ao horizonte
em que tantos filhos, de tantas vidas,
gerados ou acolhidos,
viajantes lançados ao horizonte
em que tantos filhos, de tantas vidas,
gerados ou acolhidos,
nos
miram agora a esperar,
sempre soubemos...
Ah,
essencial amada,
te quero ainda assim, já feita de mim e de ti,
até o vento cessar, até não haver mais
espera, viagem, horizonte, tempo.
te quero ainda assim, já feita de mim e de ti,
até o vento cessar, até não haver mais
espera, viagem, horizonte, tempo.
(Para Jussára, em 14-jun-2009)