Deitar na areia, no rio, na nuvem, no
espaço.
Repousar mente, coração e alma.
Lentamente, meu todo a se fundir
ao sol, à água, ao ar, ao nada.
até que só restem memórias e dores
que o tempo diluirá em tênue consciência.
Nenhuma nova lição, nem sentimento, nem
decepção.
Nenhum remorso por não mais fazer, não mais
querer,
não mais cansaço.
Sem mais ânsia por chegar a ser,
sem mais tristeza pelos que não foram e não
serão.
Sem mais buscar reciprocidade, justeza,
equilíbrio.
Sem inconformismos.
A mesma solidão essencial,
incômoda,
autopreservadora,
apenas eternizada.
23.03.1997 - rev. 02.08.2013