Porque a vida tem-se mostrado
em reversos.
Porque o amor
de sempre e per sempre,
mesmo agredido, humilhado,
renunciou sem abandonar jamais,
fitou meus anjos e demônios,
aterrorizou-se, quase morreu,
dialogou com eles, compreendeu,
não proferiu palavras cruéis,
reconheceu surtos e sombras,
desatou-me as pulseiras gêmeas,
estancou momento final,
serenizou, reunificou meu ser,
curou-me as farpas cravadas na
alma
e as marcas de treze brasas.
Décimo terceiro ano,
aprendizado, superação.
Hoje não há versos,
mas houve ansiolítico, antidepressivo,
sono restaurador, longos diálogos,
respeito, cuidado,
atenção.
Não há sequer um simples verso,
mas houve igreja aberta,
oração,
houve Jesus, com quem
converso,
houve missa, houve sessão,
houve águas energizadas,
houve mergulhos
no mar e caminhadas,
houve serenidade em meu
coração,
aplacando dor sofrida e
causada,
acalmando tristeza ancestral,
aquela parte de mim,
sem início, sem fim.
Hoje,
não apenas gratidão,
mas clarividência,
amor e paz.
(Dedicado à minha
esposa, Jussára)
setembro - dezembro, 2013