Dos vivos e dos mortos, dos mil
obsessores,
seus amores, dores, mágoas, pragas,
rancores.
De tudo o que tenha feito ou
desfeito.
Da mente, da alma, das farpas
no peito.
De tudo o que me persiga, maldiga,
ofenda.
De tudo o que ainda não
compreenda...
Nada me aterrorizou mais
do que as águas dos meus
oceanos.
Imergir, perder-me em suas insondáveis
trevas,
implacáveis como o passar dos
anos.
Nada me perturbou mais
do que as faces, a mudez daqueles
elfos e devas,
mãos espalmadas voltadas para o
céu,
ante as lágrimas e perguntas
derramadas.
Nada me atormentou mais
do que os infinitos recalls da
mente cruel,
os inconformismos utópicos do espírito,
desalento sobrepujando temor
da morte.
Nada me aflige mais
do que esta determinação irada
de arrancar respostas,
em quaisquer planos a que seja
enviado,
umbrais, hospitais, veredas etéreas,
planícies remotas.
Quero todos os porquês, antes
de ser curado.
fev - abr 2014