Do meu deserto ser,
o vaso que caiu, trincou, não
quebrou,
a planta que vergou, ressecou,
não morreu,
as folhas que o ventou
carregou,
as flores oníricas,
natimortas,
a terra que se espalhou, os
pés de quem a pisou,
os olhos, as palavras de quem
tudo ignorou.
A mesa de aço da sala de
espelhos,
no porão da casa da chuva
eterna,
coberta de limo.
A fina areia branca,
derramada na calçada
ensolarada,
soprada por entre grades e
portão,
marcando as lágrimas e pegadas
de um exacerbado eu
que partiu para sempre.
fev - abr 2014