Repete-se a
cena.
Novamente, um
sábado.
Anteriormente,
pela manhã, meia quadra acima.
Desta vez, final
de tarde, em frente à minha casa.
Retornando após
uma saída rápida.
Lá estava ela, enorme
pomba rajada, quase branca, morta, atropelada bem em frente à nossa calçada.
Como pode
alguém atropelar um animal, em uma avenida totalmente sinalizada para 40 km/h,
com lombadas a cada 50 metros?
Se inevitável, por que vão embora, sem mais?
Parei o carro
na calçada, tirei do porta-malas algumas coisas de que poderia precisar.
Enquanto uso um saco plástico adequado
para remover e dar um fim digno àquela pequena "nave abandonada", Jussára sinaliza aos demais veículos, muitos. Um após outro, buzinam e desviam de quem perturba a sua tarde de sábado.
Três "pessoas" jovens, passando pela calçada, observam, dizem algo em voz baixa. Depois...
gargalhadas.
Respiro fundo,
retomo minha oração mental.
Ninguém se
importa com a Paz, morta no asfalto.
Ocorrido em 07.05.2011