Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

8 de dezembro de 2015

Brasil doente


Acostumou-se ao porre, meu pobre Brasil.
Perdeu as rédeas, por entre as mãos trêmulas.

Etilizado, envenenado,
mal sabe do fel que lhe foi instilado,
do que lhe queima a garganta,
corrói a voz, transmuta palavras.

Entregue à permissividade,
a diluir consciência em surtos viciosos,
ouve vozes que não estão, perversas,
a sussurrar estórias de grandeza onírica.

Delirante,
pisoteando trapos e fracassos,
olhar perdido no horizonte que lhe pertencia.

Embrutecido,
não mais promessa de si mesmo,
esquecido de quem foi, de quem queria ser,
distante dos filhos amorosos,
segue ainda perdido, meu Brasil.

out-dez 2015