Do grego antigo ἐγρήγορος (egrēgoros), egrégora representa
uma entidade metafísica resultante dos pensamentos coletivos de um determinado grupo
de pessoas.
Modernamente, o conceito descreve uma manifestação
psíquica que sobrevém quando determinado grupo compartilha motivações em comum,
sendo então a egrégora formada pelos pensamentos do grupo e, ao mesmo tempo, influenciando
esses pensamentos.
Duas
imensas egrégoras pairam sobre a Nação.
Antagônicas,
rumando ao embate de proporções hecatômbicas, realimentando-se à medida que
suas energias permeiam e movem espíritos, corações e mentes dos milhões de seres
que as produziram.
Em uma delas, transitam pensamentos
e sentimentos...
Ao vencedor o podium, desde que tenhamos certeza indubitável
de que a disputa tenha transcorrido de forma honesta.
Nenhuma certeza indubitável pode advir apenas das palavras dos condutores da
disputa.
Não ceder à inadmissível prepotência que excede os limites
do acordo democrático sacramentado, retirarando direitos
inalienáveis do cidadão inconformado.
Enorme tristeza diante da possibilidade de destruição dos
rumos e das capacidades de um país que mal começamos a reconstruir
Em outra, pululam pensamentos
e sentimentos...
Não importa se forem obtidos desonestamente quaisquer resultados que nos favoreçam.
Mesmo cientes de que obtivemos algo que "não se
ganha, mas se toma", nossos espíritos zombeteiros se deleitam com o deboche
expresso em "perdeu, seu trouxa", "aceita que dói menos" e outros bordões reveladores da nossa natureza.
Inveja visceral, perante tamanha congregação em torno de
quem defendeu valores seculares, sobremaneira em face do repúdio aos "valores
progressistas" que haveremos de impor pela força.
Desejo de vingança, por haverem sido os nossos crimes incontestavelmente
revelados, pois a "absolvição" engendrada e fabricada não apagará o
que a História já registrou.
Incontrolável volúpia pelo poder, pelos bens e recursos
que espoliaremos e logo diremos que jamais existiram, por tudo o que tomaremos
em nome das "vítimas" com as quais pouco nos importamos.
Tara, ambição por restabelecer a diabocracia
totalitária que nos permitirá calar quaisquer vozes discordantes.
Mentes condicionadas por vozes invasivas, dominadoras,
venenosas, exigindo que nossas línguas de bate-estacas repitam mantras concebidos por
estelionatários morais e intelectuais, habitantes das esgotosferas da política e da mídia podre:
Acuse-os de desejar o que você deseja, de fazer o que você
faz, de ser o que você é.
Aplique rótulos demonizadores consagrados.
Criminalize com base em factóides que logo se tornarão
verdades santificadas nas cortes aparelhadas.
Subestime inteligência e memória alheias, com narrativas
despudoradas, na construção de pós-verdades, contradizendo fatos do mundo real.
Péssima conflagração de energias
que jamais se amalgamarão.
Inconformismo, revolta, esperança, sentimento de desamparo, contrapostos à sanha quase lasciva dos
"vencedores".
Como pudemos chegar a isto?
Décadas, séculos, de degeneração da qualidade humana,
mental, moral, espiritual, de uma significativa parte da população, permissiva,
ignorante, mal-agradecida, desmemoriada por conveniência, porque a memória
preservada (talvez) exigisse condenar os maus e agradecer aos bons.
30-12-2022
©Alfredo Cyrino / Indigo Virgo®